Intuitivo, protetor e profundamente ligado às emoções, o nativo de Caranguejo (Câncer) vive entre marés internas. Regido pela Lua e associado ao elemento água, move-se por afetos, pulsações subtis, memórias guardadas no corpo. Tem uma sensibilidade que o leva a cuidar de tudo o que ama… mas, por vezes, esquece-se de cuidar também de si.
Este signo está associado, na astrologia clássica, ao estômago, ao sistema digestivo e às zonas do corpo ligadas à nutrição e à interioridade. Arquetipicamente, evoca o feminino no seu sentido mais profundo: o que abriga, o que acolhe, o que gera. Para harmonizar essa energia que tantas vezes se acumula ou se fecha sobre si mesma, a aromaterapia oferece caminhos subtis — como o aroma do Resurrection Bush (Myrothamnus flabellifolia), planta africana conhecida pela sua extraordinária capacidade de regeneração.
Durante os períodos de seca, esta planta desidrata-se completamente, encolhe, parece morrer. Mas basta a presença de humidade para se abrir de novo, vibrante, viva. Este gesto ressoa com a essência de Caranguejo: que se protege, que se recolhe, mas que volta sempre a florescer.
Ritmo cíclico, corpo que sente
O óleo essencial de Resurrection Bush é tradicionalmente utilizado para aliviar sintomas associados à TPM e à menopausa, como cólicas, irritabilidade e desconforto geral. Ainda que esses sintomas sejam físicos, carregam também uma componente simbólica — de mudança, de transição, de reaprendizagem do corpo. Inalar este aroma em momentos de maior oscilação emocional pode ajudar a recentrar, trazendo leveza e fluidez ao sentir.
Do ventre à digestão: acolher o que se vive
As emoções de Caranguejo muitas vezes traduzem-se fisicamente no centro digestivo: com enjoos, sensação de aperto ou mal-estar inespecífico. A tradição etnobotânica indica o uso deste óleo em casos de distúrbios digestivos leves, reforçando a relação entre emoção e assimilação. Ao respirar este aroma em ambiente calmo, quem tem esta sensibilidade pode sentir-se mais conectado ao seu corpo, mais capaz de acolher aquilo que vive — sem se perder nisso.
Força imunitária e proteção interna
As propriedades antimicrobianas, anti-inflamatórias e antioxidantes do Resurrection Bush estão bem documentadas em estudos científicos. Viljoen et al. (2005) demonstraram a sua eficácia contra agentes como Candida albicans e Staphylococcus aureus, enquanto Nantapo & Marume (2022) reforçam o seu potencial como planta protetora do sistema imunitário e dos órgãos de purificação — como o fígado e os rins. Para quem vive muito voltado para o outro, este é um óleo que cuida “por dentro”, criando espaço para recuperação, descanso e clareza.
Como usar
Para usufruir dos seus benefícios, basta colocar 2 a 3 gotas no difusor por cada 100 ml de água. O uso deve limitar-se à inalação, e não é recomendada a aplicação direta na pele sem aconselhamento especializado. Respeitar a forma de uso é, também, um ato de cuidado.
Conclusão
Caranguejo lembra-nos que é no silêncio, na interioridade e no acolhimento que se dá o verdadeiro renascimento. E Resurrection Bush acompanha esse processo, como uma planta que conhece a linguagem do tempo e da espera. Uma essência que respeita o ritmo de cada um, o tempo de cada corpo, a profundidade de cada emoção.
Este é o último artigo da nossa viagem pelos signos e pelos óleos essenciais. Um ciclo que termina com a certeza de que a natureza — no céu e na terra — tem muito a ensinar sobre equilíbrio, cuidado e regeneração.
Loja online EU: www.nutriboty.eu
Site institucional: www.nutriboty.com
IG: @nutriboty.eu
FB: @NutribotyEurope
Referências bibliográficas
Smith et al. (2016). Qualitative and quantitative phytochemical characterization of Myrothamnus flabellifolia Welw. Fitoterapia, 114. Retirado em 22 de junho de 2025, de https://doi.org/10.1016/j.fitote.2016.08.013
Viljoen et al. (2002). The composition and antimicrobial activity of the essential oil of the resurrection plant Myrothamnus flabellifolius. South African Journal of Botany, 68(1), 100–105. Retirado em 22 de junho de 2025, de https://doi.org/10.1016/S0254-6299(16)30464-1
Matotoka & Masoko (2024). Evaluation of the Antioxidant, Cytotoxicity, Antibacterial, Anti‑Motility, and Anti‑Biofilm Effects of Myrothamnus flabellifolia Welw. Plants, 13(6), 847. Retirado em 22 de junho de 2025, de https://doi.org/10.3390/plants13060847